13/12/2017

Hoje eu não escrevi uma palavra sequer. Dançamos a escrita-fantasma, Erika, Mari e eu, por duas horas e meia – sensação térmica de meia. Entremeados na poeira branca, trocamos de pele. O atrito esfoliante, suporte, cuidado. Sem se dar conta, a mão adentra a terra que guarda enterradas folhas de papel e dá ao corpo de ler. Pedras. Erika nos aparece das cinzas. Sobrevivente mágica. Os gestos passam por nós, os outros, duram o tempo que desaparecem. Fotografias espontâneas. Denise chega, se senta ao lado de Denise-a. Espirro giro num arco pelo chão até os olhos dela a rir. Riem. Rio. Viramos o Grupo de Estudos. Ela se junta a nós no momento em que estamos a pegar nas mãos areia, que cai devagar, ampulheta sobre o corpo que então engole Denise. Ouve-se a segurança a chamar o parceiro no rádio e dizer que aqueles dois rapazes de boné ao fundo do terraço estão fumando. Um trio adentra o espaço. Uma garota se senta ao lado de eu-o e fica a olhar nosso contorno ruinoso, maçaroca a rolar aos pés de um microfone engessado. Eu toda vez que vejo a garota lhe sorrio um sorriso de ente. A barba em pó. Ela sorri de volta um olhar entre vidrado, tranquilo e desapareço. Um rapaz está a ler das folhas que vai encontrando. O que eles querem é interação, ele diz, este espaço é aberto, ao que Mari sorri. Obrigada por hoje, Erika ensina que acabamos de viver um crescimento, a expansão das experiências de vida que se deram nesse intervalo de praticamente um mês sem experimentar a força macia do nosso movimento.

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